Princípio da Semana #30

 
fe·li·ci·da·de- Conjunto de circunstâncias que causam ventura; Estado da pessoa feliz; Sorte; Bom êxito; Característica ou condição de feliz; Sensação real de satisfação plena; Estado de contentamento; Satisfação.

Muito se fala e sempre se falou sobre esta palavra. A ideia e estudo da felicidade não é uma coisa recente, acompanha o ser humano há muito tempo e faz parte da sua história, desde a Grécia Antiga. Existem toda uma série de livros, pensamentos, teorias sobre o "tema" de tal forma, que diria que será por ventura "a" obsessão humana. Também devido a esta obsessão, muitas vezes parece-nos apenas um conceito. Algo a alcançar. Um dia. Um dia seremos felizes. E pensamos em múltiplas maneiras de o ser. Em tudo o que temos de fazer para alcançar este determinado estado. E aí pensamos, também, em tudo o que nos falta. Em tudo o que não temos e que precisamos de ter e fazer para ser felizes. A relação, o emprego, a casa, os filhos, as férias, o carro, a estabilidade, etc... Calendarizamos a felicidade como se fosse meramente uma meta, um objectivo a alcançar.

Não há receitas e a resposta ao que é a felicidade varia de pessoa já que a felicidade, num certo sentido, é algo individual, pessoal e intransferível. Por outro lado, há uma ideia de felicidade que pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas: felicidade é ter saúde, amor, dinheiro suficiente, etc. Dentro desta ideia generalista, oiço muitas vezes que a felicidade é um estado de espírito e que ninguém é feliz a 100%, nem a toda a hora. Pois eu digo que a felicidade é também uma escolha. Só e apenas isso. Pode parecer algo redutor, mas não é. Pelo contrário. Esta escolha obedece a um grande trabalho interior que vamos fazendo connosco, ao longo da vida e 24h do dia.

Felicidade para mim é, acima de tudo, uma sensação plena de bem- estar, comigo própria. É ser incondicional. É ser apaixonada por mim e por tudo o que me rodeia. É sentir alegria e não ansiedade e ralação ao que há-de vir. É sentir que sou capaz de "controlar" os acontecimentos, mas deixar espaço para o inesperado e isso não ser uma fonte de frustração. Felicidade é perceber que a minha vida, o meu presente, é resultado dos meus actos e não dos outros, à minha volta. É ser capaz de escolher e de tomar as minhas decisões sem interferência de terceiros. Felicidade para mim é simplesmente aceitar, amar quem sou e o que sou, com todos os pontos mais e menos positivos. 

A minha interrogação é: Porque é que é tão difícil, porque é que nunca, ou raramente nos permitimos (e a palavra é mesmo permitir), apenas ser e sentir o que somos e que temos em nós, na nossa vida e simplesmente com isso sermos felizes? E se, mas apenas e se, nos permitirmos ser felizes hoje, agora neste momento, em que sentimos que nada nos faz falta. E se esse momento, esse tal "nirvana", passasse a ser o nosso estado natural, o nosso estado "normal", permanente e em que nos sentimos completos. 

Dá algum medo, não dá? 

"Porque não há nada que seja bom ou mau, é o pensar que assim o torna"- W. Shakespeare

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