PRINCÍPIO DA SEMANA #69

con·for·to - Atmosfera agradável que rodeia o ser humano; Tudo o que constitui o bem-estar; Consolação; Comodidade; Conchego. 

O conforto é-nos tão confortável quanto uma lareira no Inverno, ou numa versão mais consensual, como uma mantinha no sofá, numa tarde ou noite fria, como as que já se começam a fazer sentir. Todos precisamos de conforto tanto material como emocional. O conforto do lar, o conforto que sentimos no ambiente de trabalho, palavras de conforto, e de oferecer conforto a alguém, que nos é querido, em momentos difíceis. O que varia de pessoa para pessoa é a proporção dessa necessidade. 

Viver no nosso conforto, ou na nossa zona de conforto, é nos tão confortável que na maior parte das vezes nem nos apercebemos que lá vivemos.

E passamos anos, uma vida inteira, muitas vezes, sem o perceber. A ideia de zona de conforto remonta a data de 1908 e em contornos muito simplistas é um espaço onde as nossas actividades e comportamentos se enquadram numa rotina que minimiza o stress e o risco, o que naturalmente nos garante uma (falsa), mas ainda assim, segurança mental. Não é algo de bom nem de mau. Pode ser até ambos. É sim um estado, uma zona onde a maior parte de nós tende a ficar. A zona de conforto é um lugar cheio de certezas e de (auto) protecção. Mas estas certezas são muitas vezes falsas realidades que criamos em nós para nos sentirmos confortáveis e muitas vezes são pura e simplesmente ilusórias. 

Defendo sempre que é muito importante darmos valor ao que temos mas é igualmente importante não nos acomodarmos com o adquirido. Quem não sai da zona de conforto e não aprende a sair de lá, não cresce, não inova, não muda, não vive, nem faz nada de diferente É como viver num aquário, quando há um autêntico oceano lá fora. 

Estar numa zona de conforto é importante para respiramos e descansarmos mas permanecer nela por muito tempo pode e é-nos prejudicial pois nada permanece igual para sempre e como estamos em constante mudança e evolução para nos mantermos equilibrados precisamos aprender a viver no desconforto também. 

E é claro que dá medo, que podemos sentir pânico até. É tão mais fácil estar quietinho não é? É tão mais fácil fazer as coisas de mesmo maneira e que garante os mesmo resultados. E esta maneira pode até não ser a ideal, pode não ser aquela que nos dá aquilo que tanto queremos mas é muitas vezes a única que conhecemos e isso, pensamos, faz dela quem somos, hoje. Mas a vida, a nossa vida, é muito maior do que aquilo que pensamos que somos e não se mede apenas por aquilo que fizemos até aqui, e sim pela nossa capacidade de fazer diferente, de conseguir fazer e ser diferente. O sair da caixa, fora da caixa. O arriscar. O confiar. Nos outros sim, mas em primeiro lugar, em nós. E todos nós temos esse dom. O de mudar, o de crescer, o de acreditar. 

Acredito que é um momento de desconforto, um simples momento, que no final, nos trará o maior conforto possível. Aquele que procuramos uma vida inteira.

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