PRINCÍPIO DA SEMANA #95

res·pei·to-(latim respectus, -us, acção de olhar para trás, consideração, atenção)- Ação ou efeito de respeitar ou respeitar-se; Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém; Apreço; Consideração; Deferência.

Há 1001 formas de descrever e de exemplificar o que é o respeito e como o devemos praticar. Por norma até nos são ensinadas pela negativa, desde cedo. "Não podes fazer isto", "não deves dizer aquilo", etc. Isto porque é algo que nos é ensinado sempre pela perspectiva de acções em relação aos outros. O respeito é algo que, ao contrário de muitas outras coisas, não nasce connosco. É uma constante construção que é, muitas vezes, feita através do medo. Aprendemos a respeitar pelo medo que sentimos. O medo dos nossos pais, o medo do mundo "lá fora", de não gostarem de nós, o medo do desconhecido, dos castigos que podemos sofrer... E vamos assim respeitando e aceitando tudo à nossa volta porque já existia antes de nós.

Não nos é ensinado algo que, na minha opinião, é das coisas mais estruturais que nos deveriam ser passadas. O auto-respeito. A falta deste ensinamento e o não termos consciência dessa falha é, muitas vezes, o responsável pelas maiores crises e episódios negativos pelos quais passamos sem que consigamos perceber porquê. Quando gostamos de alguém, seja em que tipo de relação for, tendemos a não querer ver, ou a acharmos normal, algo que visto de fora, ou mais tarde, não é e não pode ser nunca "normal", por mais que o seja para a outra pessoa. Se nos agride, se nos magoa, se nos dói é porque não é e não o podemos |nunca| aceitar. Desculpamos internamente ao pensar que foi um episódio, que não voltará a acontecer, mas a verdade é que será a primeira de muitas e mais, sendo o respeito construído, uma vez ultrapassada "a linha que separa" muito dificilmente será recuperado. Seja Mãe, Pai, Marido, Namorado, Irmã(o), Amiga(o), Colega, Chefe ou quem for, não podemos, jamais, permitir que alguém nos trate mal seja em que circunstância for pois NADA, mas nada o justifica. Se o permitirmos, uma vez, abrimos uma porta, escancaramos até, para aquela que considero ser a maior violência possível que nos podemos infligir- A psicológica. Acredito mesmo que doa, que dói, 1000 vezes mais que a física.

E respeito é saber entender e aceitar quando o outro diz não. Respeito é não acusar. Respeito é não "por palavras" na boca dos outros. Respeito é não presumir, mas sim perguntar. Respeito é também saber dizer não e por isso e ao contrário do Amor, o respeito que temos por alguém nunca deve ser incondicional. É certo que não podemos forçar ninguém a nos respeitar mas podemo-nos recusar a ser desrespeitados. Assim como temos de respeitar o outro numa relação, a sua maneira de ser, o seu espaço, o seu tempo, está implícito que é algo que não pode ser unilateral. Se o for está desde logo condenado. Respeitarmos os pensamentos, os sentimentos, os tempos mesmo não concordado, mesmo algo não significando nada para nós, mesmo sendo um tempo totalmente oposto do nosso, não tentar mudar alguém tentando-lhe incutir os nossos pensamentos, acções é, para mim, a mais bonita expressão de Amor que existe. A aceitação, o pensar que mesmo que tivéssemos esse poder, o de mudar aquela pessoa, não mudaríamos uma vírgula daquilo que ela é. E se, algum dia, tivermos que escolher entre os dois- Amor e Respeito, escolher |sempre| o último. Pois não existe |verdadeiro| Amor sem ele. 

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